Novas regras para o controle de autoridades de Famílias

Conforme utilização dos novos campos do RDA para MARC, e as respectivas regras,  passaremos a adotar o RDA para o controle de autoridades de Famílias.

No que refere-se a diferença entre RDA e AACR2, para o controle de autoridades de famílias, há poucas mudanças, tendo em vista que a AACR2 abordava poucos aspectos no controle de autoridades.

A principal mudança, falando em alterações nos registros já existentes, é que conforme a regra 10.10.1.2, que diz que o termo “Família” deverá ser descrito entre parênteses. Não mais após a vírgula.

O restante da regra 10 do RDA é toda nova, não podendo ser comparada com a AACR2.

No que refere-se ao MARC, há um novo campo utilizado somente em casos de autoridades de Famílias, o campo 376.  Com acesso no link: http://www.loc.gov/marc/authority/ad376.html

Exemplo de autoridade de Família, já baseado em RDA:

008    130314nd#azznnaabn          ua aaa    #d
040    $a BR-CxU $c BR-CxU
090    $b C824
100 3  $a Corrêa de Mello (Família : $c Caçador, SC)
370    $c Brasil
370    $f Caçador, SC
376    $a Família
376    $b Mello, Joaquim Corrêa de, 1804-1894
400 3  $a Família Corrêa de Mello
400 3  $a Mello, Corrêa de (Família)
400 3  $a Corrêa de Mello, Família
670    $a Ass. de: Família Correa de Mello, 1982

No caso do campo 370, utilizamos os subcampos em ordens diferentes, pois a visualização do Pergamum, para autoridades, ainda não registra o nome dos subcampos.

No catálogo da UCS, atualmente, possuímos 109 autoridades de famílias, que serão atualizados pelos bibliotecários.

Controle de autoridade para Programas de computador

Visando corrigir um erro conceitual em nosso catálogo, que partiu da cópia sistemática do Catálogo da Biblioteca Nacional, passaremos a representar os nomes de programas de computador no campo 130 do Marc Autoridades.
No catálogo de autoridades da Biblioteca Nacional (imagem abaixo) os nomes de programas de computador encontram-se no campo 150 – Cabeçalhos tópicos:

Autoridade MATLAB no catálogo da BN.

No catálogo da Library of Congress, encontramos o mesmo termo no campo 130 – Título uniforme:

Autoridade MATLAB no catálogo da LC

Em contato, via email, com a LC, obtivemos a seguinte resposta sobre o correto uso:

“MATLAB is the name (title) of a computer program.  Similar to the title of a book, it would go in the 130 because it is not a topic, like “dogs” or “weather”.  Topics go in 150, titles go in 130.

David Williamson”

Partindo disso, passaremos a cadastrar novos termos para programas de computador no campo 130 do Marc autoridades.

Para autoridades antigas e que contenham muitos vínculos com cadastros bibliográficos, não faremos a transferência, pois manteria a inconsistência no bibliográfico (campo 650).  Nestes casos, na autoridade com campo 150, iremos alterar o líder para “X – Excluído, cabeçalhos trocado por outros cabeçalhos”  e acrescentar o campo 667 – com a nota:

(TERMO NÃO AUTORIZADO, USAR A AUT. XXXXX).

Feito estas alterações, criaremos uma nova autoridade, com o campo 130.

Indexação de obras sobre imigração

Procurando definir um padrão para os termos indexados, obras relacionadas com a imigração de povos para determinado país ou localidade devem ser indexados com os termos:

Campo 650:
$a Nacionalidade dos imigrantes  $z País para onde migrou-se

Exemplo:
Título: História dos imigrantes alemães no Brasil

Campo 650
$a Alemães $z Brasil $x História

Ainda pode-se usar os termos:
$a Imigrantes $x História

Sendo assim, deixamos de usar os termos não autorizados, como:
Imigrantes italianos ; Imigrantes alemães e etc…

FRBR – FRAD – FRSAD

Neste post indicamos os links para download dos documentos, em espanhol, dos requisitos funcionais, publicados pela International Federation of Library Associations and Institutions (IFLA):

Clique nos links para o download:

Requisitos funcionales de los registros bibliográficos – FRBR [publicado em 1998]: informe final / Grupo de extudio de la IFLA sobre los Requisitos funcionales de los registros bibliográficos ; traducción de Xavier Agenjo y María Luisa Martínez-Conde. — [Madrid] : Ministerio de Cultura, 2004. — ISBN 84-8181-213-7.
Available online:  IFLA

Requisitos Funcionais para Dados de Autoridade – FRAD: publicado em 2009.

Download: clique aqui

Requisitos Funcionais para Dados de Autoridade Assunto – FRSAD : publicado em 2010.

Edição em espanhol (não atualizada): clique aqui

Edição em inglês atualizada + Tabela de conteúdos e apêndices com exemplos: clique aqui

__

Apenas lembrando que os requisitos funcionais não são normas para descrição de dados, eles apenas criam conceitos sobre os quais os códigos de catalogação deverão se basear. Muito similar as propostas da Conferência internacional sobre princípios de catalogação (Paris, 1961) e a Descrição Bibliográfica Internacional Normalizada – ISBD (IFLA).

Fonte: IFLA


MARC Update No. 13 (September 2011)

via MARC Standards

Os grupos que gerenciam o MARC divulgaram a décima terceira atualização dos formatos MARC.

O documento inclui as alterações resultantes das propostas que foram analisadas pela ALA/ALCTS/LITA/RUSA/Machine-Readable Bibliographic Information Committee (MARBI), o Canadian Committee on MARC (CCM) e o BIC Bibliographic Standards Group, entre os meses de janeiro e junho de 2011.

As alterações encontram-se no apêndice G (formato bibliográfico) e o apêndice F (formato autoridades) e estão destacadas em vermelho, com notas explicativas das alterações realizadas.

Para acessar o documento eletrônico clique aqui.

Considerações:

MARC bibliográfico:

Campos 082 e 083: Para quem utiliza o sistema de classificação Dewey, nos campos 082 e  083, houve o acréscimo de um subcampo no indicador 1, o subcampo 7 – Other edition specified in subfield $2 [Outra edição especificada no subcampo $2].

Campo importante para as bibliotecas indicarem com qual edição estão trabalhando. No caso da CDU, no campo 80, indicador 2, já existe o subcampo 2 indicando a edição utilizada.

Campo 041: O campo 041 teve algumas alterações, mas uma merece destaque e vai demorar a ser organizada nas bibliotecas de grande porte:

O subcampo h, que até esta última atualização tinha a seguinte função: Código da língua original e/ou código da língua que o material foi traduzido, foi desmembrado para dois subcampos, sendo eles:

Subcampo h: Código da língua original

Subcampo k: Código da língua de traduções intermediárias

Exemplo:

A obra “A genealogia da moral” de Friedrich Nietzsche, foi escrita originalmente em alemão, mas a versão portuguesa foi traduzida de uma versão inglesa desta obra. Tão logo, o campo 041 ficará da seguinte forma:

$a por $k eng $h ger

Campo 264: o próprio documento do MARC explica que este campo é muito similar ao campo 260. Requer maiores esclarecimentos sobre seu uso.

Campos 340 – 344 – 345 – 346 – 347: Alterações feitas para serem utilizadas com o RDA.

Campo 377 : Idioma associado à obra. Neste campo, no site do MARC, temos uma boa explicação dos campos de língua 008/35-37, 041, 546 e 377.

MARC autoridades:

Campos 368, 377, 378: Para quem trabalha com controle de autoridades e já teve a oportunidade de ler a estrutura do RDA, deve ter se surpreendido (positivamente) com a forma como serão tratadas as autoridades nesse novo código.

Os campos 3xx do MARC autoridade surgiram a partir do RDA e a sua relação com as FRBR, e vão pôr fim à falta de padronização que até então existia no campo 670 – subcampo b (Informação encontrada), determinando os campos onde irão os dados referentes à autoridade controlada.

Mas como o AACR2 não aborda o controle de autoridades de forma ampla, já é possível utilizar estes campos nos catálogos de autoridades atuais. Conforme o exemplo do catálogo da LC Authorities:

100 1_ |a Coben, Harlan, |d 1962-
370 __ |a Newark, N.J. |c Livingston, N.J. |e Ridgewood, N.J.
373 __ |a Amherst College |t 1984
374 __ |a author
375 __ |a male
377 __ |a eng
400 1_ |a Кобен, Харлан, |d 1962-
400 1_ |a קובן, הרלן, |d 1962-
667 __ |a Machine-derived non-Latin script reference project.
667 __ |a Non-Latin script references not evaluated.
670 __ |a His Play dead, c1990: |b CIP t.p. (Harlan Coben) pub. info. (b. 1/4/62; B.A. Amherst Coll., 1984; lives in Englewood, NJ)
670 __ |a Wikipedia, WWW, May 19, 2011 |b (an American author of mystery novels and thrillers; born in Newark, New Jersey; raised in Livingston, New Jersey; lives in Ridgewood, New Jersey)
700 14 |a Coben, Harlan, |d 1962-

Caso você deseje entender melhor os campos utilizados nessa autoridade, clique aqui.

Por fim, nessa última atualização do MARC, esses campos receberam pequenos ajustes, mas como ainda não estamos utilizando-os, pouco impacto terão em nossa área no Brasil.

Fontes: Catalogablog e MARC.

Aplicabilidade dos campos 490 e 800-830 do Formato MARC 21 para Dados Bibliográficos

No link abaixo segue o artigo dos bibliotecários Marcelo V. Teixeira e Márcia C. Rodrigues, publicado na última edição da Revista Ciência da Informação.

Texto completo:

Aplicabilidade dos campos 490 e 800-830 do Formato MARC 21 para Dados Bibliográficos

Resumo:

O texto traz o histórico e a evolução dos campos 4XX –Séries do Formato MARC 21 para Dados Bibliográficos. Aborda a recente mudança que tornou obsoleto o campo 440 em favor dos campos 490 e 800-830. Ilustra a aplicação dos campos 490 e 800-830 em registros bibliográficos por meio de exemplos, relacionando-os com as regras do Código de Catalogação Anglo-Americano, 2ª edição e descreve o impacto desta mudança nos catálogos bibliográficos.

Palavras-chave
Formato MARC 21 para Dados Bibliográficos. Série. Catalogação.

Controle de Autoridade

Em catalogação descritiva, o controle de autoridade consiste em criar e manter cabeçalhos utilizados como pontos de acesso para materiais bibliográficos em um catálogo.

Sendo o catálogo o principal canal de comunicação entre o usuário e o acervo e tendo, dentre as suas funções, o objetivo de expor ao usuário todos os recursos bibliográficos disponíveis associados a uma determinada pessoa, família, entidade coletiva, evento, título ou assunto, observa-se a importância e a necessidade da existência de atividades de controle de autoridade, através da criação de registros de autoridade.

Os registros de autoridade permitem criar consistência nos nomes e assuntos utilizados como pontos de acesso aos registros bibliográficos e estrutura de referências-cruzadas (remissivas) para os nomes e assuntos controlados. Assim, o controle de registros de autoridade cumpre algumas funções importantes:

– Desambiguação, ou seja, permite que catalogadores desambiguem cabeçalhos semelhantes ou idênticos.

Exemplo: dois autores com o mesmo nome (desambiguação feita através da utilização das datas de nascimento dos autores)

     Silva, Pedro, 1920-1995

     Silva, Pedro, 1942-

– Reunião, ou seja, através do controle de autoridade pode-se reunir logicamente materiais que se apresentam em formas diferentes.

Exemplo: utilização de título uniforme para reunir as várias formas de apresentação de uma mesma obra (no exemplo citado todas as obras que trazem a Lei Maria da Penha, sejam elas impressas, eletrônicas, visuais ou em qualquer outro formato físico, ou ainda que apresentem variações no título, ficarão reunidas por meio do título uniforme).

     Título uniforme: [Lei Maria da Penha (2006)]

– Eficiência no processo de recuperação de registros bibliográficos, ou seja, os índices de revocação e precisão das buscas no catálogo são ampliados quando é feito o controle de autoridade, fornecendo pontos de acesso consistentes e de qualidade.

Exemplo: estabelecimento de relações entre os termos.  

O controle dos registros de autoridade é uma tarefa morosa e dispendiosa,  envolve um trabalho rigoroso de investigação e a necessidade de aquisição de tesauros e/ou a assinatura de bases de registros de autoridade, porém agrega valor ao catálogo, tornando-o confiável, proporcionando buscas consistentes e resultados relevantes.

Mas mesmo sendo assim tão importante, o controle de autoridade vem sendo negligenciado pelo AACR2, que não provê informação sobre os princípios do controle de assuntos ou mesmo fornece orientação sobre os elementos essenciais para um registro de autoridade. Este panorama é totalmente alterado com a publicação da RDA (Recursos: Descrição e Acesso), que surge como um novo código de catalogação voltado para a descrição de recursos e acesso, baseado numa estrutura teórica projetada para o ambiente digital (um breve resumo dos objetivos, características e desenvolvimento da RDA pode encontrado no artigo de Assumpção e Santos, em http://prope.unesp.br/xxi_cic/27_33049772875.pdf). 

A RDA traz capítulos específicos sobre o tratamento dos pontos de acesso, contendo inclusive um capítulo para o estabelecimento de nomes de família (item totalmente ignorado pelo AACR2).

Veja a apresentação de Fabrício Silva Assumpção sobre o papel das formas de representação para o controle de autoridade:

Sobre Catálogo de autoridade – Nome pessoal, veja também https://processotecnicoucs.wordpress.com/2011/06/24/catalogo-de-autoridades-nome-pessoal/